Rio Zambeze – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para a província da Zâmbia de mesmo nome, veja Zambezi.
Zambeze
Rio Zambeze
Bacia hidrográfica do Zambeze
Comprimento 2 574 km
Altitude da nascente 1 500 m
Foz Canal de Moçambique
Área da bacia 1 390 000 km²
País(es)  Zâmbia
 Angola
Namíbia
Botswana
 Zimbabwe
 Moçambique
País da
bacia hidrográfica
 Zâmbia
 República Democrática do Congo
 Angola
Namíbia
Botswana
 Zimbabwe
 Moçambique
Malawi
Tanzânia

O Zambeze (em inglês: Zambezi ou Zambesi) é um grande rio da África Austral, principal componente da bacia do Zambeze, sendo também o maior dos rios africanos que desaguam no Oceano Índico.

Curso[editar | editar código-fonte]

O Zambeze nasce na Zâmbia, a 30 km da fronteira com Angola. Este rio drena ao longo de 2 574 km, entrando em território angolano no Cazombo e sai a sul do Lumbala-Caquengue, sempre no município do Alto Zambeze, província do Moxico. A sua importância em Angola é devida principalmente à extensa bacia hidrográfica de 150 800 km² apenas em território angolano. Todos os rios no quadrante sudeste de Angola são afluentes do Zambeze. O rio, depois, estabelece a fronteira entre a Zâmbia e o Zimbabwe e atravessa Moçambique de oeste para leste, para desaguar no Oceano Índico num enorme delta. A parte mais espetacular do seu curso são as Cataratas de Vitória, as segundas maiores do mundo, com 1 708 m de extensão e uma queda de 99 m. Este monumento natural foi inscrito pela UNESCO em 1989 na lista dos locais que são Património da Humanidade.

O Zambeze tem ainda outras quedas de água importantes, entre as quais as Cataratas Chavuma, próximas da fronteira Angola-Zâmbia e as Ngonye Falls, perto de Sioma, na região ocidental da Zâmbia.

As planícies de inundação do Zambeze, também no oeste da Zâmbia, são a terra do povo Lozi, cujo chefe tem duas “capitais”: Lealui e Limulunga. No tempo das chuvas, a corte dos Lozi muda-se para Limulunga, que não fica inundada e este evento é considerado uma das grandes festividades da Zâmbia, o Kuomboka.

Existem duas grandes barragens no rio Zambeze: Kariba, na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbabwe (e gerida conjuntamente) e Cahora Bassa, em Moçambique. Estas barragens são uma das maiores fontes de energia elétrica para a sub-região da África Austral e as suas albufeiras são igualmente palco de importantes pescarias.

História da exploração[editar | editar código-fonte]

A região do Zambeze era conhecida pelos geógrafos medievais como o Império de Monomotapa, e o curso do rio, bem como a posição dos lagos Ngami e Niasa, foram dados de forma bastante precisa nos mapas iniciais. Estes provavelmente foram construídos a partir de informações árabes.[carece de fontes?]

O primeiro europeu a visitar o interior do rio Zambeze foi o degredado português António Fernandes em 1511 e novamente em 1513, com o objectivo de informar sobre as condições comerciais e as actividades do interior da África Central. O relatório final destas explorações revelou a importância dos portos do Zambeze superior para o sistema comercial local, em particular para o comércio de ouro da África Oriental.[carece de fontes?]

A primeira exploração do Zambeze superior foi feita por David Livingstone em sua exploração de Bechuanalândia entre 1851 e 1853. Dois ou três anos mais tarde desceu o Zambeze até à sua foz e no curso desta viagem descobriu as Cataratas de Vitória. Entre 1858 e 1860, acompanhado por John Kirk, Livingstone subiu o rio pela boca do Kongone até às quedas, e alcançou o lago Niassa.[carece de fontes?]

Durante os próximos 35 anos, muito pouca exploração do rio ocorreu. O explorador português Serpa Pinto examinou alguns dos afluentes ocidentais do rio e fez medições das Cataratas Vitória em 1878. Em 1884 o missionário dos irmãos de Plymouth Frederick Stanley Arnot viajou entre os divisores de águas do Zambeze e do Congo, e identificou a fonte do Zambeze. Ele considerou que Kalene Hill, um local alto e frio era um lugar particularmente adequado para uma missão. Arnot foi acompanhado pelo comerciante português e oficial do exército António da Silva Porto. Em 1889 o canal de Chinde a norte da foz principal do rio foi descoberto. Duas expedições lideradas pelo Major A. St Hill Gibbons em 1895 a 1896 e 1898 a 1900 continuaram o trabalho de exploração iniciado por Livingstone na bacia superior e curso central do rio.[carece de fontes?]

Afluentes principais[editar | editar código-fonte]

Vida selvagem[editar | editar código-fonte]

Nas margens do Zambeze e afluentes há abundância de biodiversidade. É famoso o marisco proveniente do Zambeze. Os hipopótamos são comuns nas partes calmas do rio, e estão presentes também os crocodilos-do-nilo e outros répteis, incluindo algumas espécies de lagarto-monitor.

O Zambeze abriga mais de cem de espécies de peixe,[3] algumas das quais são endêmicas ao rio. Espécies importantes incluem os Cichlidae, Siluriformes, o tubarão-do-zambeze, o Hydrocynus vittatus (conhecido como peixe-tigre), e outras espécies grandes.

Galeria de fotos[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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Referências

  1. Lewis Mwanangombe (19 de Novembro de 2010). «BIODIVERSIDADE – ZÂMBIA: / Resgatando as planícies de Kafue». Inter Press Service. Consultado em 22 de Dezembro de 2013 
  2. Mário Augusto da Costa (1928). Como fizeram os Portugueses em Moçambique. [S.l.]: Rodriques. p. 297. 332 páginas 
  3. «Zambezi Fishing». www.caprivi.biz (em inglês). Consultado em 22 de fevereiro de 2019