Zona entremarés – Wikipédia, a enciclopédia livre

Zonamento entremarés numa rocha exposta pela maré-baixa.

Zona entremarés ou região entremarés (por vezes designada por mar de baixio, pelo anglicismo zona intertidal, ou pelas formas de origem latina mediolitoral ou interestual), ou ainda Zona costeira, faixa litorânea ou região costeira[1] é, nos ambientes marinhos, a zona do substrato litoral que fica exposta ao ar apenas durante a maré-baixa, ficando submersa com a subida da maré, isto é a zona de substrato compreendida entre as linhas de máxima preia-mar e mínima baixa-mar.[2]

É uma zona de transição entre o domínio continental e o domínio marinho. É uma faixa complexa, dinâmica, mutável e sujeita a vários processos geológicos.

Fauna[editar | editar código-fonte]

Em consequência da alternância de submersão e exposição ao ar, os organismos que habitam esta zona são obrigados a suportar condições extremas de hidratação e de salinidade, alternando entre a submersão em água salgada, a exposição a água doce durante as chuvadas em baixa-mar, a grande secura e concentração salina durante os períodos de exposição ao ar seco. O mesmo acontece em relação às temperaturas e à resistência à radiação solar directa, já que alternam entre estarem mergulhados nas águas e estarem expostos ao Sol.

Caracterização[editar | editar código-fonte]

Estes ambientes também são em geral sujeitos a forte acção mecânica das ondas durante períodos de agitação marítima, exigindo dos organismos presentes grande capacidade de fixação ao substrato. A ação mecânica das ondas, das correntes e das marés são importantes factores modeladores das zonas costeiras, cujos resultados são formas de erosão ou formas de deposição.

As formas de erosão resultam do desgaste provocado pelo impacto do movimento das ondas sobre a costa - abrasão marinha -, sendo mais notória nas arribas.

As formas de deposição são consequência da acumulação dos materiais arrancados pelo mar ou transportados pelos rios, quando as condições ambientais são propícias. Resultam praias ou ilhas-barreiras.

O dinamismo elevado característico das zonas costeiras traduz-se numa constante evolução destas áreas. Algumas formas modificam-se, mudam de posição, umas desaparecem e outras aparecem.

A zona costeira é um sistema que se encontra num equilíbrio dinâmico, que resulta da interferência de inúmeros factores, quer naturais quer antrópicos. Dos fenómenos naturais que interagem com a dinâmica das zonas costeiras podem referir-se a alternância entre as regressões e transgressões marinhas, a alternância entre períodos de glaciação e interglaciação e a deformação das margens dos continentes.

Entre os factores antrópicos que afectam a dinâmica das zonas costeiras, destacam-se:

Entre os factores naturais que afectam a dinâmica das zonas costeiras, destacam-se

  • A erosão, o assoreamento, migração de dunas, mortandade de peixes por "marés vermelhas".

A ação dos fenómenos naturais e antrópicos sobre a zona costeira acelera o processo de erosão dos litorais.

Por país[editar | editar código-fonte]

Zona Costeira Brasileira[editar | editar código-fonte]

A Zona Costeira Brasileira é uma unidade territorial, definida em legislação do Brasil para efeitos de gestão ambiental. Ela se estende por 7.300 km, distância que se eleva para mais de 8.500 km, quando se considera o recorte litorâneo. Vai do norte equatorial ao sul temperado, passando por 17 estados e mais de 400 municípios.

Tem como aspectos distintivos sua extensão e a grande variedade de espécies e de ecossistemas.[3]

Referências

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