Caso Rachel Genofre – Wikipédia, a enciclopédia livre

Caso Rachel Genofre
Local do crime Curitiba, Paraná, Brasil
Data 3 de novembro de 2008
Tipo de crime estupro, Assassinato
Vítimas Rachel Genofre
Réu(s) Carlos Eduardo dos Santos

Rachel Genofre foi uma menina de 9 anos encontrada morta dentro de uma mala na rodoviária de Curitiba na madrugada de 5 de novembro de 2008. O crime ficou 11 anos sem solução até a polícia identificar Carlos Eduardo dos Santos através de testes de DNA. À época, ele já estava preso por diversos outros crimes, incluindo o estupro de um menino, mas ele também foi condenado em maio de 2021 a 50 anos de prisão pelo estupro e assassinato de Rachel.[1][2][3]

O crime teve e tem grande repercussão na imprensa e ainda em 2021 foi chamado de "triste" no portal da revista Aventuras na História. Em 2022, numa entrevista para o canal especializado Operação Policial no You Tube, a delegada Vanessa Alice chamou o caso de "chocante". "Para cometer este tipo de crime, para deixar o corpo desta criança como ele estava, tem que ser psicopata", disse a delegada.[4][5][6]

O caso corre em segredo de justiça.[3]

O crime[editar | editar código-fonte]

Rachel Genofre desapareceu no final do dia 3 de novembro de 2008, após sair da escola, Instituto de Educação, onde era considerada uma aluna ativa e inteligente. Ela foi vista pela última vez por volta das 17h30, em um ponto próximo à Praça Rui Barbosa, na Rua Voluntários da Pátria, no Centro de Curitiba, por dois colegas que a haviam acompanhado até este ponto. Horas depois, após a filha não voltar para casa, seus pais procuraram a polícia e uma busca para localizá-la começou.[5][6][7]

Dois dias depois do desaparecimento, no dia 5 de novembro, o corpo da menina foi encontrado por dois indígenas dentro de uma mala que havia sido deixada debaixo de uma escada na Rodoferroviária de Curitiba. A polícia foi imediatamente acionada e a confirmação da identidade foi feita após exames no Instituto Médico Legal, onde o corpo foi reconhecido pelo pai.[8]

Ao ser encontrada, a vítima estava nua da cintura para baixo e o corpo estava em posição fetal, enrolado num lençol sujo de sangue, com sinais de agressão física (mordidas, hematomas, sinais de amarras nos braços, entre outros), estrangulamento e violência sexual. Segundo a delegada Vanessa, os legistas apontaram que ela havia sofrido penetração anal, o que causara ruptura do ânus até a vagina, apesar do hímen estar intacto.[4][5][6]

Os especialistas estimam que ela tenha sido agredida e estuprada por cerca de 20 horas e que a morte deva ter acontecido no dia 4 à tarde.[4]

Investigações[editar | editar código-fonte]

As câmeras de vigilância da rodoferroviária não estavam funcionando no dia em que a mala foi colocada no local, o que dificultou a identificação do criminoso. Além disto, segundo o depoimentos das delegadas Vanessa e Camilla Chies ao Operação Policial, não havia qualquer outra pista sobre quem poderia ser o autor do crime. Assim, para tentar elucidar o caso, durante quase 11 anos mais de 200 exames de DNA foram feitos e vários homens chegaram a ser presos, mas nenhuma suspeita se confirmou.[9][10][11][12]

O caso teve um final em 2019 quando uma varredura foi feita através do Banco Nacional de Perfis Genéticos, após determinação do STF para a melhoria deste sistema, e uma amostra de material genético (esperma) que havia sido coletado em 2008 no canal anal da vítima "bateu" com o de um criminoso que estava preso em São Paulo. "Foi um grande alívio chegar a este assassino através de uma prova incontestável", disse a delegada Camilla ao Operação Policial.[4][6]

O criminoso[editar | editar código-fonte]

O autor do crime, Carlos Eduardo dos Santos, estava preso em Sorocaba, São Paulo, desde 2016, cumprindo pena num presídio especial para pessoas que cometem crimes sexuais. Ele cumpria 22 anos por um caso de estupro contra um menino, em 1985, em São Vicente, São Paulo. Ele também tinha envolvimento em outros casos de estupro de menor, roubo, estelionato, uso de documento falso, tentativa de registro de criança e dano qualificado.[13][14][15][16]

Em depoimento para a delegada Vanessa, ele inicialmente negou o crime, mas quando confrontado com o teste de DNA, confessou, mas disse que havia cometido o estupro depois da morte da menina, no que foi novamente confrontado com as evidências (fotografias), já que a vítima havia sangrado. Segundo a delegada, ele sabia que se fosse condenado por "vilipêndio a cadáver" a pena seria bem menor".[4]

Ele também detalhou que para atrair a menina, se apresentou como produtor do programa televisivo infantil Patati Patatá, dizendo que ela poderia ser contratada, desde que o acompanhasse para assinar os papéis. Chegando ao local, Rachel teria estranhado quando ele havia fechado a porta e os dois haviam ficado sozinhos. A menina então teria começado a gritar e para calá-la ele teria colocado sacolas plásticas em sua cabeça.[4][17][18][19][20]

Pelos crimes cometidos contra Rachel, em maio de 2021 Carlos foi condenado a 40 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado (meio cruel, asfixia e ocultação do corpo) e a 10 anos por atentado violento ao pudor. Após a condenação, Maria Cristina Lobo, mãe da menina, disse que agora havia "um monstro a menos em nossa circulação".[3]

"Para cometer este tipo de crime, para deixar o corpo desta criança como ele estava, tem que ser psicopata", disse a delegada Vanessa ao Operação Policial.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «G1 > Brasil - NOTÍCIAS - Menina de 9 anos é encontrada morta dentro de mala no PR». g1.globo.com. Consultado em 2 de março de 2022 
  2. Londrina, Folha de. «Identificado por DNA, preso confessa assassinato de Rachel Genofre». Folha de Londrina. Consultado em 30 de outubro de 2019 
  3. a b c «Caso Rachel Genofre: acusado de matar menina e colocar dentro de mala, em Curitiba, é condenado a 50 anos de prisão». G1. Consultado em 2 de março de 2022 
  4. a b c d e f g CASO RACHEL GENOFRE - INVESTIGAÇÃO CRIMINAL - AO VIVO, consultado em 2 de março de 2022 
  5. a b c Coelho, Penélope (13 de maio de 2021). «A justiça que só veio 13 anos depois: Entenda o triste caso Rachel Genofre». Aventuras na História. Consultado em 2 de março de 2022 
  6. a b c d CASO RACHEL GENOFRE - QUE CASO É ESSE? - INVESTIGAÇÃO CRIMINAL, consultado em 2 de março de 2022 
  7. Neto, Alborghetti (25 de setembro de 2019). «Suspeito do bárbaro assassinato da menina Rachel Genofre há quase 11 anos confessa o crime». XV Curitiba. Consultado em 30 de outubro de 2019 
  8. Delegados, Editoria. «Preso em Curitiba, assassino de Rachel Genofre dá detalhes do crime». www.delegados.com.br. Consultado em 30 de outubro de 2019 
  9. «Polícia colhe depoimento de suspeito de matar Rachel Genofre - Polícia Civil - Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária». www.seguranca.pr.gov.br. Consultado em 30 de outubro de 2019 
  10. Carol (2 de outubro de 2019). «Assassino de Rachel Genofre pode ter ligação com crime em Sarandi». RIC Mais. Consultado em 30 de outubro de 2019 
  11. Povo, Correio do. «Caso Rachel Genofre: identificado assassino após 11 anos de investigação no Paraná». Correio do Povo. Consultado em 30 de outubro de 2019 
  12. «Homem que confessou ter matado Rachel Genofre está em Curitiba». www.catve.com. Consultado em 30 de outubro de 2019 
  13. B; Curitiba - 96, News; Fm, 3 (9 de outubro de 2019). «Caso Rachel Genofre: reconstituição do caso pode acontecer nas próximas semanas». Band News FM Curitiba. Consultado em 30 de outubro de 2019 
  14. Delegados, Editoria. «Preso em Curitiba, assassino de Rachel Genofre dá detalhes do crime». www.delegados.com.br. Consultado em 2 de março de 2022 
  15. Sevieri, Rodrigo Schievenin e Daniela (19 de setembro de 2019). «Suspeito de matar Rachel Genofre morava perto da escola dela e está preso desde 2016». Portal Banda B. Consultado em 30 de outubro de 2019 
  16. Paraná, Jornal Bem. «Perícia em computador mostra fixação de assassino de Rachel Genofre por pornografia infantil - Bem Paraná». www.bemparana.com.br. Consultado em 30 de outubro de 2019 
  17. Rede, A. (23 de outubro de 2019). «Suspeito de matar Rachel Genofre está em Curitiba». A Rede. Consultado em 30 de outubro de 2019 
  18. Jornalismo (23 de outubro de 2019). «Após estupro assassino embalou o corpo de Rachel Genofre em sacolas - Tem Londrina». temlondrina.com.br. Consultado em 30 de outubro de 2019 
  19. Mais, Redação RIC (1 de outubro de 2019). «Assassino de Rachel Genofre: "Ele era uma pessoa educada e gentil"». RIC Mais. Consultado em 30 de outubro de 2019 
  20. «Assassino de Rachel Genofre já teria estuprado 6 crianças em 31 anos de crimes - Taroba News Curitiba». Tarobá News. Consultado em 30 de outubro de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]