Lícia Lacerda – Wikipédia, a enciclopédia livre

Lícia Lacerda (Rio de Janeiro, 1946) é uma figurinista e carnavalesca brasileira. Foi campeã do carnaval do Rio de Janeiro de 1982 com o enredo Bum Bum Paticumbum Prugurundum, pela Império Serrano. Também teve passagens por Imperatriz Leopoldinense, Tradição e Estácio de Sá.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Lícia foi aluna[1] e professora na Escola Nacional de Belas Artes.[2] Na década de 1970, foi figurinista em peças de teatro junto com Rosa Magalhães.[3]

No carnaval, se juntou à equipe de Fernando Pamplona no Acadêmicos do Salgueiro para o desfile de 1971, assim como Rosa Magalhães.[4] Na época, a agremiação vermelho e branco venceu o carnaval carioca com o enredo Festa para um rei negro.[4] Em 1974, elaborou os figurinos da Beija-Flor.[5] No carnaval de 1977, estava na Portela.[6]

Estreou como carnavalesca principal no carnaval de 1982, pelo Império Serrano.[7] Junto com Rosa Magalhães, assinou o enredo Bum Bum Paticumbum Prugurundum, que se sagrou o campeão daquele ano. A ideia veio de Fernando Pamplona, que queria abordar as três fases do carnaval carioca (Praça Onze, Candelária e Marquês de Sapucaí).[8] Pamplona não aceitou ser o carnavalesco da verde e branco e indicou Rosa e Lícia para a escola.[8] A agremiação terminou o carnaval como campeã, e foi a primeira vez que uma parceria feminina venceu o carnaval do Rio de Janeiro.[7][8]

No carnaval de 1984, foi para a Imperatriz Leopoldinense, onde assinou o enredo Alô Mamãe ao lado de Rosa Magalhães.[9] Fez parte do time de carnavalescos do primeiro desfile da Tradição, que estreou no quarto grupo com o enredo Pássaro Guerreiro, Xingu em 1985.[10] Venceu o carnaval daquele ano e foi campeã do desfile seguinte, com o enredo Rei Senhor, Rei Zumbi, Rei Nagô.[11]

Para o carnaval de 1987, Lícia assinou junto com Rosa o enredo O Tititi do Sapoti para a Estácio de Sá.[12] Fez seu primeiro enredo solo em 1993, com Não Me Leve a Mal, Hoje É Carnaval, na Tradição, pelo grupo de acesso.[13] A agremiação terminou com o título daquela divisão.[14]

Continuou na Tradição para o carnaval de 1994, assinando o enredo Passarinho, Passarola, Quero Ver Voar.[15] A agremiação terminou em sexto lugar, que ainda é a melhor posição da escola na elite do carnaval carioca.[14]

Para o carnaval de 1995, Lícia assinou para a Tradição o enredo Gira Roda, Roda Gira, contando a história da roda e fazendo referência à Fórmula 1 e a Ayrton Senna - o piloto havia falecido no ano anterior. [16]

É creditada como autora de Do Barril ao Brasil, enredo de 1996 para a Tradição, mas Lícia deixou a escola faltando menos de um mês para o desfile, sendo substituída por Orlando Júnior.[17] O enredo sobre a cerveja traria fantasias de barris e garrafas, mas muitos componentes não gostaram das peças.[18] A agremiação terminou rebaixada para o Grupo de Acesso.[19] Desde então, Lícia afastou-se da função de carnavalesca.[20]

Em 2007, a Estácio de Sá reeditou o enredo O Tititi do Sapoti. Lícia e Rosa Magalhães foram homenageadas com uma aparição no último carro alegórico.[21]

Referências

  1. «Alunos de Belas-Artes se inscrevem e aplaudem a promoção do Salão do Verão». Jornal do Brasil. 26 de novembro de 1968. Consultado em 30 de maio de 2023 
  2. «Manchete (RJ) - 1952 a 2007 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 30 de maio de 2023 
  3. «Jornal do Brasil (RJ) - 1970 a 1979 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 30 de maio de 2023 
  4. a b «Fernando Pamplona». www.sambariocarnaval.com. Consultado em 30 de maio de 2023 
  5. «Um toque futurista no desfile tradicional». Jornal do Brasil. 18 de janeiro de 1974. Consultado em 30 de maio de 2023 
  6. «Portela». Revista Manchete (Nº 1298). 5 de março de 1977. Consultado em 30 de maio de 2023 
  7. a b «Rosa Magalhães e Lícia Lacerda: "a vitória é do conjunto"». Bloch Editores. Manchete (Nº 1560). 1982. Consultado em 30 de maio de 2023 
  8. a b c «Da resistência inicial às primeiras mulheres campeãs». Jornal do Brasil. 3 de março de 1982. Consultado em 30 de maio de 2023 
  9. «De passarela nova». Bloch Editores. Manchete (Nº 1652). 1983. Consultado em 30 de maio de 2023 
  10. «Os 'índios' começam a mostrar força: Carnavalescos pesquisam fantasias das tribos cantadas pela escola». O Globo. 4 de janeiro de 1985. p. 8. Consultado em 30 de maio de 2023. Arquivado do original em 9 de janeiro de 2021 
  11. «Tradição sonha em subir para o grupo 1». Jornal do Brasil. 28 de janeiro de 1987. Consultado em 30 de maio de 2023 
  12. «Ti ti ti na Sapucaí». Jornal do Brasil. 1 de março de 1987. Consultado em 30 de maio de 2023 
  13. «Grupo 1 termina desfile mais cedo». Jornal do Brasil. 21 de fevereiro de 1993. Consultado em 30 de maio de 2023 
  14. a b «Tradição». www.sambariocarnaval.com. Consultado em 30 de maio de 2023 
  15. «A guerra do talento já começou». Bloch Editores. Manchete (Nº 2180): p. 37. 15 de janeiro de 1994. Consultado em 30 de maio de 2023 
  16. «Tradição». Bloch Editores. Manchete (Nº 2239). 1995. Consultado em 30 de março de 2023 
  17. «A tradição do chope». Jornal do Brasil - Domingo. 18 de fevereiro de 1996. Consultado em 30 de maio de 2023 
  18. «Arthur Xexéo». Jornal do Brasil. 14 de fevereiro de 1996. Consultado em 30 de maio de 2023 
  19. «Caprichosos, Tradição, Ponte e Império da Tijuca caem para o Grupo de Acesso». Jornal do Brasil. 22 de fevereiro de 1996. Consultado em 30 de maio de 2023 
  20. «Lícia Lacerda: "Quero voltar fazer carnaval"». Galeria do Samba - As escolas de samba do Rio de Janeiro. Consultado em 30 de maio de 2023 
  21. «Rosa Magalhães e Lícia Lacerda são homegeadas pela Estácio». Extra Online. 18 de fevereiro de 2007. Consultado em 30 de maio de 2023