Partido Reformista (Monarquia) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Partido Reformista
Fundação 1870
Dissolução 1876
Sede Lisboa
Ideologia Reformismo
Liberalismo
Espectro político Centro-esquerda
Dividiu-se de Partido Histórico
Sucessor Partido Progressista

O Partido Reformista, que começa por receber o vago nome de "partido popular"[1], foi um partido político português do tempo da Monarquia Constitucional, fundado oficialmente no verão de 1870, resultante de divisões existentes no Partido Histórico desde pelo menos 1862 e agravadas em 1868 na sequência da Janeirinha. Constitui uma cisão do Partido Histórico com cujo dirigente, o Duque de Loulé, entraram em ruptura entre outros o Marquês de Sá da Bandeira (Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo).

Muitos dos "reformistas" são apoiantes do movimento da Janeirinha e são mobilizados pelo governo de António José de Ávila, de 4 de Janeiro a 22 de Julho de 1868, por onde passam António Luís de Seabra, José Dias Ferreira, José Maria Rodrigues Magalhães, José Rodrigues Coelho do Amaral e Sebastião do Canto e Castro Mascarenhas[2]. Mas é com o governo de Sá da Bandeira, a partir de 22 de Julho de 1868 até 11 de Agosto de 1869, que surge o reformismo propriamente dito, dizendo querer fazer reformas e economias[1].

Encontra-mo-lo, ao partido, nessa altura até 1869, a ser dirigido por um dos seus fundadores[1], o bispo de Viseu, o liberal e jornalista D. António Alves Martins. Este foi eleito deputado pela primeira vez em 1870[3]

Ainda em conjunto com os avilistas, vencem as eleições de 22 de Março de 1868, com 142 deputados contra 22 fusionistas, a aliança de históricos e regeneradores. Pelo governo passam Alves Martins, José Maria Latino Coelho, Carlos Bento da Silva, Sebastião Lopes de Calheiros e Meneses, Conde de Samodães, António Pequito Seixas de Andrade, João José de Mendonça Cortês. Voltam a vencer as eleições de 11 de Abril de 1869, com 79 deputados, depois dos círculos terem sido reduzidos de 156 para 92[1].

Nas eleições de 13 de Março de 1870, já sob o governo de Loulé, o terceiro governo histórico, conseguem apenas quinze deputados[1].

Voltam ao governo, depois da Saldanhada, novamente sob a presidência de Sá da Bandeira, de 29 de Agosto a 29 de Outubro de 1870, com Alves Martins, António José de Ávila e Carlos Bento da Silva, mas é durante este governo que se agravam as relações entre reformistas propriamente ditos e avilistas. E nas eleições de 4 de Setembro de 1870, enquanto os reformistas conseguem cinquenta e dois deputados, os avilistas são dezasseis[1].

Nas eleições de 9 de Julho de 1871, já sob o governo de Ávila, conseguem apenas quatorze deputados.

Porém, morto Sá-Nogueira em 1876 pouco tempo o partido lhe sobreviveu, tendo no mesmo ano acabado por se fundir de novo com os Históricos, em resultado do Pacto da Granja, para constituir o novo Partido Progressista, que viria a ser uma das duas forças do «rotativismo» em Portugal até ao fim da Monarquia Constitucional.

Resultados eleitorais[editar | editar código-fonte]

Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]

Data Cl. Votos % +/- Deputados +/- Status
1868 1.º N/D
68,0 / 100,0
Governo
1869 1.º N/D
80,0 / 100,0
Aumento12 Governo
1870
(Março)
2.º N/D
15,0 / 100,0
Baixa65
15 / 107
Governo
1870
(Setembro)
1.º N/D
52,0 / 100,0
Aumento37
68 / 107
Aumento53 Governo
1871 4.º N/D
14,0 / 100,0
Baixa38
14 / 107
Baixa54 Governo
1874 3.º N/D
8 / 107
Baixa6 Oposição

Referências

Referências[editar | editar código-fonte]

  • Carlos Guimarães da Cunha, A «Janeirinha» e o Partido Reformista. Da Revolução de Janeiro de 1868 ao Pacto da Granja, Edições Colibri, Lisboa, 2003 (ISBN 972-772-429-9).

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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