Rua Pedro Nolasco – Wikipédia, a enciclopédia livre

Rua Pedro Nolasco
Coronel Fabriciano, Minas Gerais, Brasil
Rua Pedro Nolasco
Comércio na Rua Pedro Nolasco
Nome popular Rua Pedro Nolasco
Nomes anteriores Rua de Baixo, Rua Marechal Deodoro e Rua Percival Farquhar
Tipo Rua
Extensão 0,6 km
Início Entroncamento das ruas Rio Piracicaba, Albert Scharlet, Doutor Querubino e Rubem Siqueira Maia
Fim Rua São Sebastião
Lugares que atravessa Centro de Fabriciano

A Rua Pedro Nolasco é um logradouro do município brasileiro de Coronel Fabriciano, no interior do estado de Minas Gerais. Começa no entroncamento das ruas Rio Piracicaba, Albert Scharlet, Doutor Querubino e Rubem Siqueira Maia e termina na Rua São Sebastião, em uma extensão de cerca de 600 m.[1] Sua origem está ligada à construção da antiga Estação do Calado no local na década de 1920, com algumas de suas edificações expressando a conservação da arquitetura original.

Representa a principal rua comercial do Centro de Fabriciano. Concentra desde diversas pequenas e médias empresas com sede no próprio município ou na região até filiais de grandes redes de eletrodomésticos. No logradouro também estão situadas a entrada urbana do Terminal Rodoviário de Coronel Fabriciano, a parada principal do transporte coletivo municipal e a Praça da Estação, que é o maior espaço público de lazer do município.[2]

História[editar | editar código-fonte]

O Sobrado dos Pereira (1928), primeira construção em alvenaria da cidade, visto pela Rua Pedro Nolasco.

A via se estabeleceu ao lado da Estação do Calado, inaugurada em 1924, ao redor da qual se desenvolveu o núcleo urbano que corresponde ao atual Centro de Fabriciano. No local, que ficou conhecido como "rua de Baixo", surgiram as primeiras lojas, que deram início ao movimento comercial.[3] A primeira delas foi "A Barateza", aberta pelo comerciante Rotildino Avelino ainda na década de 1920.[2]

Na esquina com a Rua Coronel Silvino Pereira, em 1928, foi construído o Sobrado dos Pereira, que abrigou o primeiro estabelecimento comercial e foi a primeira construção em alvenaria da cidade além do terminal ferroviário.[4] Outra loja que obteve destaque foi a Casa Giovannini, que vendia ferragens, querosene e mantimentos e foi inaugurada na década de 1940.[2] Associada à presença da estação ferroviária a então rua de Baixo se tornou o principal centro comercial da localidade, favorecida pelas quatro paradas diárias de trens de passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que traziam todos os dias consumidores de outras cidades.[3]

Em 1936, ainda antes de ser pavimentada, a via recebeu a sede da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira,[2] que nas décadas seguintes atuou na exploração de madeira na região. Para isso, caminhões transportavam a madeira extraída até a estação ferroviária para então ser embarcada nos trens, rumo às usinas da empresa em João Monlevade.[5] Posteriormente também foram construídas, às margens da rua, dentre outros serviços: a unidade administrativa da EFVM; as primeiras sedes da prefeitura e do fórum da Comarca de Coronel Fabriciano; o Clube Sete de Setembro, que foi a primeira casa noturna da cidade; o Banco da Lavoura, que foi a primeira agência bancária; os primeiros pontos de táxi; além de estabelecimentos comerciais diversos.[2] O primeiro prefeito eleito, Rubem Siqueira Maia, realizou o calçamento das ruas do Centro de Fabriciano.[6]

Conhecida originalmente como rua de Baixo,[7] teve em seguida a denominação de rua Marechal Deodoro[8] e então rua Percival Farquhar — referência a Percival Farquhar, um dos responsáveis pela construção da EFVM[3] —, mais tarde alterada para Pedro Nolasco, nome de um dos encarregados do projeto das obras da via férrea, o engenheiro Pedro Augusto Nolasco Pereira.[2][9] Posteriormente também se estabeleceu como principal parada dos ônibus do transporte coletivo urbano e interurbano, favorecendo a chegada de consumidores de outros bairros e de cidades próximas.[3] A estação ferroviária foi desativada em 1979 e em seu lugar foi construído o Terminal Rodoviário e a integração do transporte urbano, sendo esta transferida para outro local no Centro da cidade em 2008 para dar lugar à Praça da Estação.[10][11]

No final da década de 1980, através do projeto "Arglurb", a pavimentação das ruas do Centro de Fabriciano foi repaginada. Com isso o piso antigo de blocos de pedra da Rua Pedro Nolasco e das demais vias principais foi substituído por blocos sextavados. Mesmo com as transformações de seu entorno o logradouro manteve sua importância comercial e de prestação de serviços para o município.[2] Em novembro de 2021, a pavimentação da Pedro Nolasco foi refeita novamente, com a substituição dos blocos por asfalto, como parte de um novo processo de revitalização das vias do Centro.[12]

Patrimônio[editar | editar código-fonte]

Além do Sobrado dos Pereira (1928), as edificações mais antigas existentes são datadas das décadas de 40 e 60 e algumas ainda preservam a arquitetura original, destacando-se, dentre outras, a chamada Casa São Geraldo (1948), que foi cedida pelo proprietário e morador, o primeiro prefeito do município Rubem Siqueira Maia, para servir como primeira sede da prefeitura, tendo mais tarde abrigado uma loja de confecções, depois o supermercado "O Brasileirão" e então uma filial da rede de lojas "Costão";[13] o Sobrado do Rotildino Avelino (1952), que serviu como residência do comerciante natural de Antônio Dias encarregado da doação da primeira imagem de São Sebastião para a construção da primeira igreja da localidade em 1929;[14] e a Casa Modelo da CVRD, datada do final da década de 1960, que foi construída pela então Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) como parte de um conjunto de residências destinadas a seus trabalhadores na cidade. Essa em específico é a única que manteve a maior parte de suas características originais.[15]

Aspecto da via em horário comercial (2017)
Casa São Geraldo, ocupada pela rede de lojas "Costão"; prédio onde funcionou a primeira sede da prefeitura. Foto de 2017.
Comércio na Rua Pedro Nolasco (2017)
Ausência de fluxo na rua em uma manhã de domingo, fora do horário comercial. Ao fundo à esquerda o Terminal Rodoviário (2017).

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Google Maps. Acessado em 21 de outubro de 2014.
  2. a b c d e f g Neto, Mário de Carvalho (2014). Vale do Aço Antes & Depois. Coronel Fabriciano-MG: MCN Comunicação e Editora. p. 14; 23 
  3. a b c d Revista Caminhos Gerais, nº 35, pag. 34.
  4. Revista Caminhos Gerais, nº 21, pag. 24.
  5. Jornal Diário do Aço (9 de setembro de 2018). «Passado sem memória». Consultado em 31 de maio de 2019. Cópia arquivada em 31 de maio de 2019 
  6. Revista Ipatinga Cidade Jardim (7 de outubro de 2014). «Personagens do Vale do Aço - Rubem Siqueira Maia». Eu Amo Ipatinga. Consultado em 31 de maio de 2019. Cópia arquivada em 31 de maio de 2019 
  7. Revista Caminhos Gerais, nº 35, pag. 24.
  8. Rotary International. «Rotary Club: atuações na Canaã do estado de Minas». Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). p. 31. Consultado em 21 de outubro de 2014. Arquivado do original em 14 de julho de 2014 
  9. Museu Vale. «História da EFVM». Consultado em 21 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 21 de outubro de 2014 
  10. Jornal Vale do Aço (28 de maio de 2008). «Fabriciano inaugura novo terminal de integração». Consultado em 21 de outubro de 2014. Arquivado do original em 29 de fevereiro de 2012 
  11. Jornal Vale do Aço (30 de outubro de 2008). «Praça da Estação inaugurada com Rionegro & Solimões nesta sexta». Consultado em 21 de outubro de 2014. Cópia arquivada em 21 de outubro de 2014 
  12. Jornal Diário do Aço (1 de dezembro de 2021). «Mais ruas são incluídas em obras de pavimentação do Centro de Fabriciano». Consultado em 13 de fevereiro de 2024. Cópia arquivada em 13 de fevereiro de 2024 
  13. SMEC 2013, p. 12; 22–25
  14. SMEC 2013, p. 12; 25–27
  15. SMEC 2013, p. 12; 27–30

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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