The Living Theatre – Wikipédia, a enciclopédia livre

Julian Beck (à esquerda) e Judith Malina (à direita), fundadores de The Living Theatre

The Living Theatre é uma companhia de teatro Off Broadway norte-americana fundada em 1947 em Nova York. É um dos mais antigos grupos de teatro experimental ainda existente nos Estados Unidos. É conhecido por seus fundadores, a atriz e diretora Judith Malina e o seu marido pintor/poeta, cenógrafo, diretor Julian Beck; depois da morte de Julian Beck em 1985, outro membro da companhia Hanon Reznikov tornou-se co-diretor junto com Malina. Foi importante companhia do movimento contra participação norte-americana na Guerra do Vietnã, estimulando a desobediência civil, tendo sido considerada não grata pelo governo norte-americano na década de 1960. Luta pelo fim das fronteiras entre palco e platéia, das fronteiras entre arte e vida, e atores e público, chamando o público a participar ativamente na cena de seus espetáculos.

Julian Beck e Judith Malina presos no Brasil[editar | editar código-fonte]

Julian Beck e Judith Malina estiveram no Brasil, ao início dos anos de 1970, trabalhando com o grupo Teatro Oficina. Vieram convidados pelo grupo, para dar palestras sobre seu teatro inovador e anarquico.

Durante o Festival de inverno de Ouro Preto, o grupo foi preso, por posse de maconha. Supoe-se q talvez a denúncia tenha sido feita por que as apresentações do grupo chocaram a cidade. Treze integrantes do grupo foram levados à prisão em Belo Horizonte. O caso ganhou repercussão mundial e um abaixo-assinado foi feito em protesto contra a prisão dos artistas, com assinaturas de John Lennon, Marlon Brando e Bob Dylan. Com tamanha visibilidade, o governo militar expulsou o grupo do Brasil, acusando-os de denegrir a imagem do país.[1]

Kaká Maia (Jornal “O Tempo”, Belo Horizonte, 01 de julho de 2001) descreve, com detalhes, a saga dos membros do Living em 1971, abaixo alguns trechos:

História[editar | editar código-fonte]

Conforme descreve a própria companhia, em artigo de seu site europeu. Esta companhia de teatro experimental norte-americana se tornou central junto ao movimento pacifista, contra a participação na guerra do Vietnã, e pela desobediência civil, pelo qual foi considerada indesejável pelo governo dos Estados Unidos.

Fundada em Nova York, fazia parte do movimento teatral Off-Broadway e considerava central em seu trabalho a criação teatral como momento coletivo de expressão da comunidade. Lutava pelo fim do palco, das fronteiras entre arte e vida, e atores e público, chamando o público a participar ativamente de seus espetáculo. Sua técnica se concentrava, nesta época, no aspecto gestual e corporal.

Com texto base O Teatro e seu Duplo, uma antologia de textos escritos por Antonin Artaud que foi publicado na França em 1937 e só depois em 1958 nos Estados Unidos. É evidente que a companhia reflete as influências de Artaud no palco por fazer peças multimídia para mostrar o metafísico do Teatro da Crueldade. E nessas performances, os atores tentam quebrar a “quarta parede” que existe entre eles e os espectadores.

A criação coletiva do Teatro Oficina de São Paulo Gracias, Señor (1972) teve um grande diálogo com as produções do Living. Em 1999 abre o centro Living Europa em Rocchetta Ligure, na provincia de Alessandria. Em 2007 (abril) o Living Theatre abre um novo espaço no Lower East Side em Manhattan, apresentando remontagens de seus espetáculos.

Comecei minha carreira de ator trabalhando para duas das pessoas mais notáveis do teatro americano: Julian Beck e Judith Malina, co-fundadores do The Living Theatre. Os Becks, como eram carinhosamente conhecidos, eram artistas intelectuais judeus radicais e pacifistas profundamente comprometidos com a paz e a justiça social por meio de ativismo político não violento, e The Living Theatre era um reflexo claro de seus ideais pelos quais pagaram caro com frequentes detenções, aprisionamento e multas... Nunca posso exagerar a influência que Julian e Judith tiveram na minha formação como ator e ativista e minha gratidão é profunda e eterna.

Martin Sheen[2]

Espetáculos[editar | editar código-fonte]

  • Doctor Faustus Lights the Lights (1951) de Gertrude Stein;
  • The Connection (1959) de Jack Gelber; uma história de viciados em heroína, apresentada através do jazz e da improvisação.
  • The Brig (1963) de Kenneth H. Brown, representação da prisão militar da base militar norte-americana de Okinawa
  • Mysteries and Smaller Pieces (1964)
  • Antigone de Sofocle (1967) de Bertolt Brecht, traduzido do alemão ao inglês por Judith Malina
  • Paradise Now, apresentado no Festival de Avignon (1968) e muitos outros lugares
  • Sette meditazioni sul sadomasochismo politico (1973)
  • Prometheus at the Winter Palace (1978)
  • The Yellow Methuselah (1982)
  • The Archaelogy of Sleep (1983)
  • The Body of God (1990)
  • Anarchia (1993)
  • Not in My Name (1994)
  • Utopia (1995)
  • Capital Changes (1998)
  • Resistance
  • Resist Now
  • Enigma
  • Red Noir (2009)
  • Korach (2010)
  • The History of the World (2011)
  • Here We Are
  • No Place to Hide

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Flávio de Carvalho, o comedor de emoções. J. TOLEDO. Editora Brasiliense/Editora UNICAMP. 1994.
  2. https://www.actorsequity.org/join/HIGMEC/MartinSheen/

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Neff, Renfrew (1970). The Living Theatre: U.S.A.
  • Rostagno, Aldo, com Judith Malina e Julian Beck (1970). We, the Living Theatre. New York: Ballantine Books.
  • The Living Theatre (1971). Paradise Now. New York: Random House.
  • Malina, Judith (1972). The Enormous Despair. New York: Random House.
  • Malina, Judith (1984). The Diaries of Judith Malina, 1947-1957. New York: Grove Press, Inc.
  • Mystic Fire Video (1989) Signals Through the Flames. Documentário. Originalmente lançado pelo The Living Theatre em 1983 como filme, produzido e dirigido por Sheldon Rochlin e Maxine Harris.
  • Flávio de Carvalho, o comedor de emoções. J. TOLEDO. Editora Brasiliense/Editora UNICAMP. 1994.

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]

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