Maternidade Alfredo da Costa – Wikipédia, a enciclopédia livre

Maternidade Alfredo da Costa
Centro Hospitalar Lisboa Central
Maternidade Alfredo da Costa
Localização Rua Viriato, Avenidas Novas, Lisboa, Portugal
Fundação 5 de dezembro de 1932
Sistema de saúde Serviço Nacional de Saúde
Universidade afiliada Universidade Nova de Lisboa
Rede hospitalar Centro Hospitalar Lisboa Central EPE
Urgências Sim
Leitos 209
Site Página Oficial
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A Maternidade Alfredo da Costa (MAC) MHM é um estabelecimento público de saúde especializado em obstetrícia, localizado na freguesia das Avenidas Novas, antiga freguesia de São Sebastião da Pedreira, na cidade de Lisboa. O seu nome é uma homenagem a Manuel Vicente Alfredo da Costa, pioneiro da obstetrícia em Portugal.

História[editar | editar código-fonte]

Foi edificado sobre os alicerces de um templo, com projecto do arquitecto Miguel Ventura Terra, e inaugurado em 5 de dezembro de 1932, sendo a primeira maternidade em Lisboa a ser concebida e construída de raiz. Foi seu fundador e primeiro director o Professor Augusto de Almeida Monjardino.[1] Está integrada no Centro Hospitalar Lisboa Central EPE desde o dia 1 de março de 2012.

Os terrenos em que a maternidade foi construída foram doados tendo em vista a construção de uma igreja em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, pela Condessa de Carnide. Contudo, devido à revolução republicana, o plano não chegou realizar-se.

O Estado confiscou o terreno à ordem religiosa e encarregou a Direcção-Geral de Assistência de dar um uso ao terreno.[1]

A construção da Maternidade Alfredo da Costa arrancou em 1914 e foi assegurada por dezenas de operários desempregados e filiados na Confederação Geral do Trabalho. Mas a construção da maternidade continuou ensombrada. Pouco tempo depois, o ministério decidia apertar os cordões à bolsa e retirar verbas à obra. Entretanto, começava a Grande Guerra e acentuava-se a falta de materiais - sobretudo ferro. Mas o problema de dinheiro foi resolvido milagrosamente graças à doação inesperada de 1500 contos, vinda de um benfeitor anónimo (uma placa alusiva a essa doação existe dentro do edificio, a qual atribui a doação a Rovisco Pais). Mesmo assim, a verba não chegava. E só quando Salazar, à época ministro das Finanças, visitou o edifício foi possível avançar com o projecto. Salazar determinou que a obra fosse concluída o mais depressa possível e atribuiu-lhe mais mil contos.

A maternidade foi inaugurada a 28 de maio de 1932 e a 8 de dezembro nascia a primeira criança, às 23h30: Maria da Conceição. Os jornais não se cansavam de aplaudir o projecto. "Verdadeira casa de repouso, já não temos de invejar os alemães", escrevia o "Diário da Manhã".

No primeiro ano de actividade, a MAC teve 2073 partos - 1120 de "varões" e 953 de raparigas. Depois de um pico de nascimentos em 1977 - o ano em que se atingiu o recorde de partos, com 13 654 nascimentos - instalou-se uma quebra, explicada pela descida da taxa de natalidade e pelo aparecimento de outras maternidades em Lisboa, já nos anos 80.[2]

A 21 de janeiro de 1983, foi feita Membro-Honorário da Ordem do Mérito.[3]

Desde 1932, nasceram na MAC 600 mil crianças.

Futuro[editar | editar código-fonte]

O XIX Governo Constitucional sucessivamente referiu a intenção de encerrar a MAC,[4] mas viu as suas intenções goradas pelo Tribunal Administrativo de Lisboa, mantendo-se a maternidade em funcionamento até o recurso interposto pelo Ministério da Saúde ser avaliado pelo Tribunal Central Administrativo Sul.[5] Este último tribunal decretou a manutenção da maternidade em funcionamento até à construção e abertura do novo Hospital de Todos os Santos.[6]

Em 2027, data prevista para a entrada em funcionamento do futuro Hospital de Lisboa Oriental, no Parque da Bela Vista, em Chelas, os seus serviços e funcionários serão transferidos para a unidade central de saúde materno-infantil do novo hospital. Está previsto que o edifício da MAC se mantenha "ao serviço da Saúde".[7][8]

Nascimentos[editar | editar código-fonte]

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Nasceram na Maternidade Alfredo da Costa inúmeras figuras relevantes na história e cultura de Portugal, entre elas:

Fontes

  1. a b Lusa (13 de Abril de 2012). «Terrenos da MAC foram doados para construir templo». Diário de Notícias. Consultado em 13 de Abril de 2012 [ligação inativa]
  2. «A história ensombrada da maternidade mais antiga de Portugal» 
  3. http://www.ordens.presidencia.pt/
  4. «Maternidade Alfredo da Costa encerra até ao final do ano» 
  5. «Futuro hospital de Lisboa vai ser maior do que inicialmente previsto». Consultado em 20 de Fevereiro de 2015 
  6. «Maternidade Alfredo da Costa não vai fechar até novo hospital estar em funcionamento». Consultado em 29 de Janeiro de 2016 
  7. Ofício da ARS-LVT sobre Rede de Equipamentos Hospitalares na cidade de Lisboa de 7.7.2017
  8. Hospital de Lisboa Oriental vai estar pronto em 2027, ECO 07.02.2023
  9. Dinis, Rita (14 de janeiro de 2021). «O minuto de Marcelo em silêncio, a "infância" de Ana Gomes e os arquivos do PS e PSD: os tempos de antena dos candidatos». Observador. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  10. Filomena Vieira (2012). Nunca te Esquecerei. Almada: Leya. ISBN 9722050621 
  11. Fiolhais, Carlos (30 de maio de 2012). «Entrevista de Carlos Fiolhais sobre Coimbra». De Rerum Natura. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  12. Candeias, Pedro (26 de dezembro de 2015). «Fernando Santos. "Queremos chegar à final e vencê-la"». Expresso. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  13. Martins, Rita Lúcio (30 de julho de 2018). «Filomena Cautela sem reticências». Máxima. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  14. Horta, Bruno (28 de setembro de 2020). «Morreu Jorge Salavisa, nome principal da dança portuguesa e programador que "ajudou a definir a cultura em Portugal"». Observador. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  15. Câmara, Maria João da (2019). Sanches Osório – Memórias de Uma Revolução. [S.l.]: LeYa. ISBN 9897800719 
  16. Conceição, Ricardo; Rodrigues Oliveira, Vítor (12 de setembro de 2019). «José Roquette: "Danos da direção anterior foram de dimensão como nunca aconteceu" e Varandas "não vai fazer milagres"». Observador. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  17. «Mário de Carvalho, Vida: Antre Tejo e Odiana». mariodecarvalho.com. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  18. Palma, Tiago (18 de setembro de 2016). «Natália Gromicho: "Se ligasse ao dinheiro não era pintora, era banqueira"». Observador. Consultado em 1 de fevereiro de 2021 
  19. Fernandez, Aline (20 de agosto de 2019). «A pessoa mais interessante que Pauliana Valente Pimentel conheceu nas suas viagens». Máxima. Consultado em 1 de fevereiro de 2021 
  20. Rainho, Vítor (2 de abril de 2017). «Paulo Gonzo. 'O Pinto da Costa é um ser extraordinário'». Sol. Consultado em 1 de fevereiro de 2021 
  21. Madrinha, Mariana (2 de outubro de 2019). «Sandra Faleiro: 'Sempre fui meia estranha, e isso é uma grande vantagem'». Sol. Consultado em 23 de janeiro de 2021 
  22. «Vítor de Sousa, o ator e o poeta» (PDF). Avenidas Novas (12). Junta de Freguesia de Avenidas Novas. Março 2017. pp. 20–21. Consultado em 1 de fevereiro de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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