Segundo Mundo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Configuração dos "Três Mundos" da era da Guerra Fria, entre abril e agosto de 1975:
  Primeiro Mundo: os Estados Unidos e seus aliados.
  Segundo Mundo: a União Soviética e seus aliados.

O termo Segundo Mundo, de acordo com a Teoria dos Mundos, definia uma classificação econômica e ideológica para um grupo de estados socialistas, industrializados ou em processo de industrialização, que estavam sob a influência da União Soviética (URSS) durante a Guerra Fria.[1] Nas primeiras duas décadas após a Segunda Guerra Mundial, 19 estados comunistas emergiram; todos estes estavam pelo menos originalmente dentro da esfera de influência soviética, embora alguns (principalmente a Jugoslávia e a China) tenham rompido com Moscovo e desenvolvido seu próprio caminho de socialismo, mantendo os governos comunistas. A maioria dos estados comunistas permaneceu parte do bloco socialista até a dissolução da União Soviética em 1991; depois, apenas cinco estados comunistas permaneceram: China, Cuba, Laos, Coreia do Norte e Vietname. Junto com " Primeiro Mundo " e " Terceiro Mundo ", o termo foi usado para dividir os estados da Terra em três grandes categorias.

A Teoria dos Mundos apresenta uma análise de um mundo já histórico, não condizendo mais com a realidade pós-Guerra Fria, uma vez que com a queda do muro de Berlim e o colapso da União Soviética, e consequentemente o brusco colapso do socialismo no Leste Europeu, a dissolução da Jugoslávia e a abertura econômica chinesa levou o mundo na década de 1990 a experimentar a hegemonia do capitalismo como sistema econômico global. A Teoria dos Mundos adequadava-se a um mundo bipolar, onde o primeiro mundo correspondia ao bloco capitalista (EUA e aliados), o segundo mundo correspondia ao bloco socialista (URSS e aliados) e o terceiro mundo correspondia aos países não alinhados a nenhuma potência, mas quase que por absoluto composto de países capitalistas pobres (com exceção da Jugoslávia e da Albânia, socialistas porém não alinhados à URSS, e da Irlanda, Suécia, Finlândia, Áustria e Suíça, nações capitalistas ricas, porém não alinhadas aos EUA).

No mundo bipolar da Guerra Fria, havia um grande abismo socioeconômico entre os países capitalistas ricos e os pobres. Com o colapso econômico e ideológico do Segundo Mundo, o termo entrou em total desuso, embora alguns ainda venham a fazer uso erroneamente dos termos Primeiro e Terceiro Mundo, ao se referir aos países ricos e pobres respectivamente. Atualmente, as diferenças entre os mundos se combinam em vários aspectos, sendo usado atualmente países desenvolvidos, países emergentes e países subdesenvolvidos, que também recebem críticas sobre sua abrangência bem como pela abordagem essencialmente colonialista.[2]

Vários autores ainda consideram uma nova definição para "Segundo Mundo",[3] que seria composto pelos países de economia emergente liderados pelo grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), composto ainda de Argentina, Turquia, Egito, Indonésia, Irã, Vietname, Nigéria, Tailândia, Filipinas, México e Malásiapaíses recentemente industrializados — que apresentam ora características do primeiro mundo, ora do terceiro.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Andersen, Margaret L.; Taylor, Howard Francis (2006). Sociology: Understanding a Diverse Society. [S.l.]: Thomson/Wadsworth. p. 250. ISBN 978-0-534-61716-5 
  2. Silver, Marc (4 de janeiro de 2015). «If You Shouldn't Call It The Third World, What Should You Call It?». NPR 
  3. Giddens, Anthony (2006). SociologyRegisto grátis requerido. [S.l.]: Polity. p. 42. ISBN 978-0-7456-3379-4. second world countries communist. 
  4. Peixoto, Aldecir. Geopolítica - Ordem Mundial. Editora EMI. 15 de setembro de 2013.