Jasbir Puar – Wikipédia, a enciclopédia livre

Jasbir Puar
Nome completo Jasbir Kaur Puar
Nascimento 1967
Ocupação Professora, filósofa

Jasbir K. Puar é uma teórica queer e professora do Departamento de mulheres e estudos de género da Universidade Rutgers. É autora do livro Montagens terroristas: o homonacionalismo em tempos queer. Tem escrito amplamente sobre turismo LGBTterrorismovigilância, biopolítica e necropolítica, diversidade funcional, interseccionalidade, afectos, pósthumanismo, homonacionalismo, pinkwashing e a ocupação israelita de Palestina.[1][2]

Carreira acadêmica[editar | editar código-fonte]

Puar estudou o mestrado em Estudos da Mulher na Universidade Iorque e obteve sua doctorado em Estudos Étnicos pela Universidade da Califórnia em Berkeley em 1999.[2]

Em  seu artigo "Tempos queer, amálgamas queer", publicado em 2005, Puar analisava a guerra contra o terrorismo como um acoplamento entre racismo, nacionalismo, patriotismo e terrorismo, indicando que se trata de uma questão profundamente queer. Centra-se nas corporalidades terroristas em oposição aos corpos patriotas normativos e argumenta que os discursos contraterroristas estão intrinsecamente marcados pelo género, a raça, a sexualidade e a nacionalidade. Através de uma análise da resposta estadounidense à tortura e abuso de prisioneiros em Abu Ghraib em 2004, sustenta que os discursos contemporâneos sobre a sexualidade muçulmana unicamente enmascaran e reproduzem a crença subjacente no excepcionalismo estadounidense.[3]

Puar critica o desenvolvimento homonacionalista dos Estados Unidos como justificativa das violentas intervenções estadounidenses da guerra contra o terror. Estados Unidos gaba-se de sua suposta tolerância à homossexualidade para assegurar uma identidade contraposta à opressão sexual dos países muçulmanos. Esta opressão serve como uma desculpa para que Estados Unidos intervenha militarmente com o fim de "libertar" às mulheres e minorias sexuais oprimidas de outros países, enquanto ao mesmo tempo oculta a desigualdade que estes mesmos colectivos sofrem nos Estados Unidos. O excepcionalismo estadounidense e o homonacionalismo são mutuamente constitutivos, misturando os discursos da doutrina do destino manifesto, com uma política exterior racista e um impulso para documentar o desconhecido e conquistá-lo.[3]

No livro Montagens terroristas: o homonacionalismo em tempos queer, publicado em outubro de 2007, Puar descreve as conexões entre os discursos contemporâneos sobre os direitos LGBTI, a integração das pessoas LGBTI a o consumismo, a ascensão da branquitude, o imperialismo Ocidental e a guerra contra o terrorismo. Puar argumenta que as ideologias tradicionais heteronormativas encontram agora acompanhamento nas ideologias homonormativas, replicando os mesmos ideais hierárquicos referentes à manutenção da dominação nos termos de raça, classe, género ou nacionalidade; um conjunto de ideologias que considera homonacionalismo.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. (em inglês) Jasbir Puar: Regimes of Surveillance. Cosmologics. 4 de diciembre de 2004.
  2. a b (em inglês) Puar, Jasbir. Rutgers. Department of Women's and Gender Studies.
  3. a b (em inglês) Queer Times, Queer Assemblages. Social Text. Duke University Press. 2005.
  4. Puar, Jasbir Kaur (2017). Ensamblajes terroristas: el homonacionalismo en tiempos queer (em espanhol). [S.l.]: Ediciones Bellaterra. ISBN 978 84 7290 826 0