Língua piapoco – Wikipédia, a enciclopédia livre

Piapoco
Falado(a) em: Colômbia, Venezuela
Total de falantes: 6400 (2001 – 2007)
Família: Aruaque
 Setentrionals
  Aruaque alto Amazonas
   Nawiki Ocidental
    Piapoko
     Piapoco
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---
ISO 639-3: pio

Piapoco é uma língua aruaque falada por cerca de 6400 pessoas na Colômbia e Venezuela, sendo semelhante à língua achagua.

História[editar | editar código-fonte]

O piapoco é de um ramo das línguas aruaques, que também inclui os idiomas achagua e tariana,[1] sendo considerada Aruaque setentrional.[2] Existem apenas cerca de 3 mil falantes do Piapoco hoje. Essas pessoas vivem ás margens dos rios Meta, Vichada e Guanviare, na Colômbia.[3] Há falantes de também na Venezuela.[4] Trata-se de uma língua considerada em perigo de extinção[4]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Os Piapocos vêm da tribo maior, os Piaroa, indígenas da floresta amazônica..[5] O povo Piapoco vivia originalmente no meio do Rio Guaviare, mais tarde se mudando no século XVIII para evitar colonos, missionários e outros.

Fonologia[editar | editar código-fonte]

Os fonemas do piapoco são:[6]

  • consoantes (14): p, t, ts [͡ts ~ ͡tʃ], k, b, d, s [θ], h, m, n, ɺ, ɾ, w, j
  • vogais (6): i, e, a, ɔ, ʊ, V́

Gramática[editar | editar código-fonte]

Um dicionário Piapoco-Espanhol contendo 2.500 palavras foi escrito por Deloris Klumpp, no qual a identificação botânica das plantas foi capturada, embora não seja completa.[2] A linguagem Piapoco segue as seguintes regras gramaticais: sufixo plural -nai usado apenas para seres animados, sufixos derivacionais masculinos -iri, femininos -tua, sufixo -mi ‘late, defunto,’ nominalizante -si, modo declarativo -ka.[2] Piapoco é única na medida em que parece ser uma linguagem nominativo-acusativa. Há dezoito fonemas segmentares, quatorze consoantes e quatro vogais na língua piapoco.

Bilingualismo[editar | editar código-fonte]

A palavra Piapoco é um apelido espanhol em referência ao tucano. A maioria dos Piapocos também fala espanhol. Falantes que tiveram menos contato com falantes de espanhol mais frequentemente pronunciam o fonema “s” como uma fricativa interdental surda. Os falantes mais jovens da língua Piapoco tendem a eliminar o “h” mais do que os falantes mais antigos, devido ao seu contato com o idioma espanhol.

Quando uma grande parte das pessoas entra em contato com outra língua e é competente nela, sua linguagem gradualmente se torna mais parecida com a outra.[7]

Amostra de texto[editar | editar código-fonte]

23. Jesús ipáchiaca yèepunícawa macái Galilea yàasu cáli íinatabàa. Macái yàcalé irìcu nacái yéewáida yèepunícawa judíonái yéewáidacàalu irìcu. Yá icàlidaca nalí yái tàacáisi cayábéerica náalíacaténáwa càinácaalí iyú Dios icùaca yàasu wenàiwicawa. Yúucaca náicha nacái macái uláicái íiwitáaná.

24. Macái Siria yàasu cáli néeséeyéi néemìaca Jesús iináwaná, yá natéca néenánáiwa Jesús yàatalé, macái yùuwichèeyéicawa uláicái iyú, cáiwíiri iyú nacái. Natéca nacái wenàiwica demonio idacuèyéica íiwitáise, naté nacái áibanái idènièyéica tèwacáimi nacái, máapinéeyéi nacái. Yá Jesús ichùnìaca nía macáita.


Português


23. E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de enfermidades e enfermidades entre o povo.

24 E a sua fama percorreu toda a Síria; e trouxeram-lhe todos os doentes que foram apanhados com diversas doenças e tormentos, e os que possuíam demônios, e os que eram lunáticos e os que tinham paralisia; e ele os curou. (Mateus 4, 23-24)[8]

Isto permite uma convergência gradual, onde a gramática e a semântica de uma língua começam a replicar a outra.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Anônimo (1924). Apuntes sobre el idioma Piapoco. Boletín de la Provincia de Nuestra Señora de la Candelaria, II(2): 427-445. Bogotá.
  • González-Ñáñez, Omar (1975). El Piapoco, el Baniva e el Guarequena: tres lenguas arahuacas del Sur de Venezuela. Boletín Bibliográfico de Antropología Americana 1(3): 171-184. México: Instituto Panamericano de Geogragía y Historia.
  • Klumpp, Deloris A. (1995). Vocabulario Piapoco-Español. Bogotá: Instituto Lingüístico de Verano.
  • Klumpp, James W.; Burquest, Donald A. (1980). La cláusula relativa del piapoco. Artículos en lingüística y campos afi nes 7: 45-73. Bogotá: Instituto Lingüístico de Verano.
  • Klumpp, James W.; Klumpp, Deloris A.; Levinsohn, Stephen H. (1983). Continuidad em la situación y antitópico en la narrativa piapoca. Artículos en lingüística y campos afi nes 12: 3-32. Lomalinda: Instituto Lingüístico de Verano.
  • Kondo, Riena W. (1983). La clasificación de mamíferos y reptiles por los indígenas Guahibo, Cuiba, Piapoco y Yucuna. Artículos en Lingüística y Campos Afines 12: 95-131. Lomalinda: Instituto Lingüístico de Verano. Lathrap, Donald W. (1975). O Alto Amazonas. Lisboa: Editorial Verbo.
  • Meléndez, Miguel A. (2014). Préstamos arawak (achagua, piapoco y piapoco-achagua) a la lengua sikuani. LIAMES-Línguas Indígenas Americanas 14(1): 173-218. Campinas.
  • Reinoso, Andrés (1987). Introducción a la Fonologia de la lengua Piapoco. Bogotá: Universidade de Los Andes (mimeografia).
  • Reinoso, Andrés (1992). Estructuras sintácticas de predicación del Piapoco. Lenguas Aborígenes de Colombia. Memorias 2. Bogotá: Universidade de Los Andes.
  • Reinoso, Andrés; Curvelo, Teodoro; González, Jorge L. (1995). Diccionario Piapoco-Español Español-Piapoco. Bogotá: Fundación Etnollano.
  • Sudo, Timothy (1976). Fonología del piapoco. Sistemas fonológicos de idiomas colombianos 3: 7-14. Bogotá: Instituto Lingüístico de Verano. Suh, Alexander (2016). The phylogenomic forest of bird trees contains a hard polytomy at the root of Neoaves. Zoologica Scripta 45(s1): 50-62.
  • Klumpp, Deloris A. (1982). La palavra fonológica en piapoco. Artículos en lingüística y campos afi nes 11: 83-98. Bogotá: Instituto Lingüístico de Verano.
  • Klumpp, Deloris A. (1990). Piapoco Grammar (manuscrito, 236 páginas).

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Seifart, F (2012). «Causative Marking in Resígaro (Arawakan): A Descriptive and Comparative Perspective». International Journal of American Linguistics. 78 (3): 369–384. doi:10.1086/665917 
  2. a b c Aikhenvald, Alexandra Y. (1 de janeiro de 1998). «Review of Vocabulario Piapoco-Español, ; Bosquejo del Macuna: Aspectos de la cultura material de los macunas--Fonología; Gramática, , , ; Gramática Pedagógica del Cuiba-Wámonae: Lengua indígena de la familia lingüística guahiba de los llanos orientales». International Journal of American Linguistics. 64 (2): 168–173. JSTOR 1265983. doi:10.1086/466355 
  3. Klumpp, James; Burquest, Donald A. (1 de janeiro de 1983). «Relative Clauses in Piapoco». International Journal of American Linguistics. 49 (4): 388–399. JSTOR 1265211. doi:10.1086/465801 
  4. a b «Did you know Piapoco is threatened?». Endangered Languages 
  5. Piapoco Indians. (n.d.). Retrieved March 09, 2017, from http://www.indian-cultures.com/cultures/piapoco-indians/
  6. Ramirez, Henri (2020). Enciclopédia das línguas Arawak: acrescida de seis novas línguas e dois bancos de dados. 2 1 ed. Curitiba: Editora CRV. 208 páginas. ISBN 978-65-5578-892-1. doi:10.24824/978655578892.1 
  7. Aikhenvald, Alexandra Y. (1 de janeiro de 2003). «Mechanisms of Change in Areal Diffusion: New Morphology and Language Contact». JSTOR 4176787 
  8. Journal of Linguistics. 39 (1). pp. 1–29. doi:10.1017/s0022226702001937  Em falta ou vazio |título= (ajuda)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]