Línguas alto Orinoco – Wikipédia, a enciclopédia livre

Alto Orinoco
Falado(a) em: Venezuela, Brasil, Colômbia
Total de falantes:
Família: Arawak
 Alto Orinoco
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---

As línguas alto Orinoco são um grupo de línguas aruaques faladas na Venezuela, no Brasil e na Colômbia.[1][2][3][4]

Línguas[editar | editar código-fonte]

As línguas são:[1]

( = língua extinta)

Comparação lexical[editar | editar código-fonte]

Comparação lexical entre o baniva de Maroa, o maipure, o yavitero e o pareni de Humboldt (1822)[5]:[1]

Número Português Baniva de Maroa Maipure Yavitero Pareni
1. cabeça -íbʊ -kibu[-ku] / -tʃibu[-ku] -síhʊ -sipʊ
2. rosto -pʊ́na -hʊ́na
3. cabelo -tsípana + -ʂa -ipaná -l̥a
4. orelha -táni-pala -aki-ní -tási-ne -tasi-ne
5. olho -pʊ́li -púrikí -hʊ́lisi -pʊlizi
6. nariz -ijapa -kirri -síwi -siwi
7. boca -nʊ́ma -numa[-ku] -nʊ́ma -nʊma
8. dente -áʂi -ati -al̥i -asi
9. língua -tále -áre -táte -tate
10. unha -tsʊ́lawi -tsʊ́lawi
11. -tsí-pala -kíi -sítsi -cizi
12. perna -áwa + -ʊ́tsʊ -káwa + -kʊ́tsʊ -kawa + -kʊ́tsʊ
13. costela -páta-pe -paa -háta-he
14. mão -ápi -kápi -káhahi -káwi
15. braço -taná- -aná -tána-
16. excremento -tsía -tsiá
17. peito -tʊ́tsi -tʊ́tsi
18. seio -tsíni -tsíni -cini
19. coração -néni-tʊana -nikiní
20. fígado -páne -háne
21. osso -ʂímapi -l̥ímahi
22. sangue -míja -míja-ni
23. carne -mítsí -mítsi
24. flor íwi -iwí
25. fruta -iná -tina-ká -l̥ína
26. filho -táni + -ʂiáni-pe -ani -tani + -l̥íhani
27. cauda -píʂi -híl̥i
28. nome -iʂi-naa -iti, -iri -íl̥i-wanaha
29. mãe -ʂʊ-lʊami -tu -l̥ʊ-ami
30. animal -píja -píja -híja
31. anta éma kjéma kéma
32. onça ʊáʂi kuatikí kʊáil̥i
33. pássaro ʊtsípie kʊtsihea
34. peixe ʂime timakí l̥íma, símasi cimasi
35. peixinho ʊpé kʊhási
36. pulga mapéeni mapa-kini kéni (larva)
37. árvore aatá-pi áta
38. mandioca áʂi kattikí kál̥hesi
39. abiu (fruta) émali kémali
40. sol amʊ́ʂi kamutí (ano) kamʊ́l̥i kamʊsi
41. água wéni weni wéni weni
42. chover -jáwá ti(j)a (chuva) l̥í(j)a, -háwa
43. casa paní-ʂi + -pána + piná-ʂi pani-tí + -paná + pina-ti haní-l̥i + -hána + hiná-l̥i
44. pedra ípa kipa síha
45. areia játsi-ná kai-ná kahátsi-na
46. fogo áʂí katti kál̥i kasi
47. fumaça ʂiáli-li l̥iáli-li
48. caminho tanépʊ anépu tanéhʊ
49. montanha japá japa jáha
50. noite jaʂ-ápʊa jatti jál̥i
51. dormir -tsimá -ima -tsíma
52. ir -ʂa -ta -l̥a
53. dizer -maa + -tsiná + -jʊ́waleta -ma, -tira, -jukua -má + -tsína
54. voar -mitá-wa -míta
55. nadar -ʊ́nita -kʊínta
56. eu nʊ́-ja, nʊ- + -na nu-ja, nu- + -na nʊ́-ja, nʊ- + -na
57. tu pí-ja, pi- + -pi pi-ja, pi- + -pi hí-ja, hi- + -hi
58. ele a-i-palʊ, i- + -i i-ja, - + -i áni-, - + -
59. ela a-jʊ-palʊ, jʊ- + -jʊ jʊ-ja, jʊ- + -(j)ʊ áni-jʊ, jʊ- + -jʊ
60. nós wá-ja, wa- + -wi wa-ja, wa- + -wi wá-ja, wa- + -wi
61. vós ní-ja, ni- + -ni ní-ja, ni- + -ni ní-ja, ni- + -ni
62. eles (elas) a-ni-palʊ, ni- + -ni ni-ja, ni- + -ni áni-ni, ni- + -ni
63. pessoa 0 pa- + -pa pa- ha-
64. quê? íʂi iti
65. amarelo tewa- ewa- tewa-

Comparação lexical entre o baniva de Maroa e o apolista (falado em Apolo e Atén, na Bolívia) (Montaño Aragón 1987: 175-185[6]):[1]

Português Baniva de Maroa Apolista
casa paniʂi panishi
canoa mʊlʊpa maropa
grande irʊami iruyani
árvore aatapi atapi
mandioca aʂi-hi achiki
batata-doce elʊ eru
pedra ipa ipa
minha flecha nʊ-wepi-pi nawipi
onça waʂi wachi
anta eema ema
caimão dʊwili towiri
abelha mapa mapa
piolho tsuida chuwita
sol amʊʂi amushiti
lua aʂita ashi
céu enʊ enui
frio awi-ni-ni awini
preto ʂele-li irini
branco ali-hi liki
homem enami inami
mulher nejawa / nejepe niyipi
esposo -mi-hi miki
minha mãe nʊ-ʂʊl(ʊ)ami nisorami
pessoa niamari niamari
meu pai nʊ-lʊ(a)mi niromi
(minha) cabeça nʊ-ibʊ-hʊ nimbaku
(meu) cabelo nʊ-tsipana nichipami
mão -api, -apiʂi nipisi
nariz -(i)japa niyape
(minha) orelha nʊ-tani[-pala] nituni
osso ʂimapi chimapi
eu nuni (baré) nuni
tu pija piya
ele epalʊ ipila
ela ajʊpalʊ ayipila
eles anipalʊ anipila
nós waja-ha wa’aha
vós nijaha nipija
um peja-rʊ iyaru
dois enaba inapa
três kirikʊ- (baré) erikoni

Referências

  1. a b c d Ramirez, Henri (2019). Enciclopédia das línguas arawak: acrescida de seis novas línguas e dois bancos de dados. (no prelo)
  2. Ramirez, Henri, & França, Maria Cristina Victorino de. (2019). Línguas Arawak da Bolívia. LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, 19, e019012. https://doi.org/10.20396/liames.v19i0.8655045
  3. Ramirez, Henri (2001). Línguas arawak da Amazônia Setentrional. Manaus: Universidade Federal do Amazonas. (PDF)
  4. Ramirez, Henri (2020). Enciclopédia das línguas Arawak: acrescida de seis novas línguas e dois bancos de dados 🔗. 3 1 ed. Curitiba: Editora CRV. 290 páginas. ISBN 978-65-251-0234-4. doi:10.24824/978652510234.4 
  5. Humboldt, Alexandre de; Bonpland, Aimé (1822). Voyage aux régions équinoxiales du Nouveau Continent (tome VII). Paris: N. Maze Libraire.
  6. Montaño Aragón, Mario (1987). Guía etnográfica lingüística de Bolívia (Tribus de la Selva), volume 1. La Paz: Editorial Don Bosco.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Créqui-Montfort, Georges de; Rivet, Paul (1913). La langue Lapaču ou Apolista. Zeitschrift für Ethnologie 45: 512-531. Berlin.
  • Payne, David L. (2005). Apolista (Lapachu) as a Maipuran Arawakan language. Revista Latinoamericana de Estudios Etnolingüísticos 10: 239-250.

Ver também[editar | editar código-fonte]