Golpe de Estado no Burundi em 1987 – Wikipédia, a enciclopédia livre

Golpe de Estado no Burundi em 1987
Data 3 de setembro de 1987
Local Bujumbura, Burundi
Desfecho Golpe de Estado bem sucedido.
Comandantes
Jean-Baptiste Bagaza Pierre Buyoya

O Golpe de Estado no Burundi em 1987 foi um golpe militar sem derramamento de sangue que ocorreu no Burundi em 3 de setembro de 1987. O presidente tutsi Jean-Baptiste Bagaza foi deposto durante uma viagem ao exterior e foi sucedido pelo Major Pierre Buyoya, também um tutsi.[1]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Jean-Baptiste Bagaza foi nomeado presidente do Burundi em 1976, após um golpe militar que depôs Michel Micombero. Como presidente do partido União para o Progresso Nacional (UPRONA), ele foi o único candidato na eleição presidencial no Burundi de 1984 e foi reeleito com 99,6% dos votos.[2] Durante a presidência de Bagaza, houve tensões de longa data sobre a repressão da Igreja Católica Romana, em um país onde 65% dos cidadãos são católicos praticantes.[3] Isto foi posteriormente descrito por diplomatas como um fator essencial no golpe.[4]

Golpe e consequências[editar | editar código-fonte]

Em setembro de 1987, Bagaza viajou para o Quebec, no Canadá, para participar de uma cúpula francófona.[1] O exército tomou o poder, liderado pelo primo de Bagaza, o Major Pierre Buyoya.[5] Sabendo do golpe, Bagaza imediatamente retornou à África, porém o Aeroporto de Bujumbura foi fechado, e em Nairóbi, lhe foi recusado a entrada no Quênia.[4] Após o golpe, Bagaza fugiu para Uganda, e em seguida, em 1989, para a Líbia, onde recebeu asilo político.[6]

Pierre Buyoya formou um Comité Militar para a Salvação Nacional para assumir o controle, suspendeu a Constituição do país e foi empossado como presidente em 2 de outubro de 1987.[2] Buyoya, um católico, afirmou que iria suspender as medidas impostas à Igreja Católica pelo governo de Bagaza.[7] Ele foi sucedido por Melchior Ndadaye em 1993 e chegou ao poder no Burundi por uma segunda vez, após um golpe militar em 1996 que derrubou Sylvestre Ntibantunganya.[8]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Kieh, George Klay (2007). Beyond State Failure and Collapse: Making the State Relevant in Africa. [S.l.]: Lexington Books. p. 73. ISBN 0-7391-0892-1 
  2. a b Europa World Year, Book 1. [S.l.]: Taylor & Francis. 2004. p. 946. ISBN 1-85743-254-1 
  3. Rule, Sheila (24 de Setembro de 2010), «Burundi Leader Attempts East-West Balance», The New York Times Company, The New York Times, consultado em 8 de Junho de 2010 
  4. a b Harden, Blaine (5 de Setembro de 1987), «Dismay at Anti-Catholic Measures Said to Have Inspired Burundi Coup», The Washington Post Company, The Washington Post, consultado em 26 de Setembro de 2012, arquivado do original em 4 de Novembro de 2012 
  5. Europa Publications (2004). Africa South of the Sahara 2004. [S.l.]: Routledge. p. 135. ISBN 1-85743-183-9 
  6. «Burundi's Ex-President Granted Asylum in Libya», The New York Times Company, Spartanburg Herald-Journal, 17 de Janeiro de 1989, consultado em 8 de Junho de 2010 
  7. Rule, Sheila (27 de Setembro de 1987), «New Burundi Leader Vows to Lift Curbs on Church», The New York Times Company, The New York Times, consultado em 8 de Junho de 2010 
  8. Palmer, Mark (2005). Breaking the Real Axis of Evil: How to Oust the World's Last Dictators by 2025. [S.l.]: Rowman & Littlefield. p. 221. ISBN 0-7425-3255-0